A Primeira Noite de Terror de Vincent Belfry

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A Primeira Noite de Terror de Vincent Belfry

Imagem retrativa de uma Taberna


 Vincent Belfry não tinha ideia do que o esperava quando saiu de casa para beber na taverna naquela noite fria de dezembro, andando pelas ruas molhadas de chuva pela cidade desalmada e chutando os cachorros pelo caminho, só queria esquecer por um momento da sua vida malograda de escritor fracassado tomando quantas doses de absinto seu fígado pudesse aguentar, a capa vitoriana que comprara há tempos atrás serpenteava ao redor do seu corpo, o fazia estranho em meio aos prédios altos luzindo sob a lua cheia lá no alto do firmamento. Ainda assim estava frio e Vincent aconchegava a capa mais perto dos ombros, nos dedos três reluzentes anéis de prata, herdara um de um tio, um do pai e um do avô.
Qual não foi a surpresa de Vincent Belfry ao ver as portas da taverna cerradas, literalmente tiritando de frio, com uma sede danada e puto da vida ele virou as costas e resolveu voltar para casa mas no meio do caminho havia algo parado, era uma prostituta deitada no meio da via, parecia que ela tinha se coberto com uns três quilos de papelão, Belfry via as pernas dela tremerem muito, "não está tão frio assim" pensou, então o que ele julgava ser um monte de papelão na luz pálida da noite se mexeu e ele viu, uma enorme criatura de pelo negro e olhos incandescentes, os dentes brilhavam na noite e Belfry só pôde berrar "É um lobisomem!!!" e sair correndo na noite, mas a criatura com incrível agilidade começou a persegui-lo, as passadas estrondavam o asfalto enquanto Belfry corria o mais rápido que podia, mas foi derrubado quando o enorme licantropo pulou em cima dele, imobilizando suas pernas.
Belfry sentia o bafo quente e fétido da criatura, um cheiro de sangue fresco, podia ver entre os dentes afiados os retalhos da carne da prostituta que o lobisomem acabara de dilacerar, e o lobisomem ia rasgar seu pescoço com uma dentada, mas em seu desespero Vincent Belfry deu um soco no focinho do licantropo, que milagrosamente recuou. As marcas dos anéis de Belfry se faziam visíveis no focinho da criatura. Numa explosão de adrenalina, Vincent Belfry correu como nunca correra na vida, o monstro ainda estava um pouco desnorteado para persegui-lo, os anéis eram de prata realmente pura e o soco fora num lugar crítico, Belfry viu as luzes de um táxi que deixava um elegante senhor à porta de um hotel e pulou para dentro do carro.
- Rua 47, avenida Bishop Stone.
- Muita pressa senhor?
- Você não imagina o quanto;
Um enregelante uivo se abateu sobre a cidade enquanto o carro dava partida, assustado o taxista perguntou:
- Jesus Cristo, o que será isso senhor?
- Acho melhor você pisar fundo.

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