QUADROS PREMONITÓRIOS

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QUADROS PREMONITÓRIOS
Tudo havia começado em uma sexta-feira, aproximadamente uma semana antes do incidente, Mark era um típico pintor norte-americano á procura da perfeição, recebia vários elogios por suas obras, e tinha manejo com todos os tipos de pintura, pintava a óleo e era muito bom com desenhos abstratos. Tinha pouca chance de resistir, ele já havia perdido completamente a fé em sua vida, fazia pouco tempo que havia descoberto um câncer, já havia sentido isso antes, mas a notícia o abalou completamente. Era a manhã cinzenta daquele dia, em meio às densas cortinas de nevoeiro que vinham beijar o solo, Mark sentou-se na sua varanda e pegou seu material de trabalho, e começou a pintar toda sua angústia naqueles quadros, tentava sentir a dor daquela bola de massa demoníaca devorando lentamente e dolorosamente seu cérebro. A cada pincelada ele podia rever passo a passo sua vida inteira, o que deixava de fazer, tudo o que já havia vivido, e percebendo que tratava com desdém o que mais lhe era precioso. - O que é isso, Mark? - apontava o pálido e trêmulo dedo da garota para a tela de pintura. - Nada, só estou procurando me distrair um pouco. - disse Mark desligando-se de um transe, enquanto tentava sorrir. - Ah sim. - Sorriu calmamente aquela jovem. Ela tinha mais ou menos dezesseis anos, irmã caçula do jovem. Elizabeth era uma boa garota, a segunda estrela da família, tinha lindos e longos cabelos negros, e olhos azuis da cor do céu, como os de Mark, mas ela estava doente, provavelmente mais uma doença hereditária proveniente da família. A garota estava fraca, sempre estava tomando coquetéis de remédios de todos os tipos, mas por sorte era temporário, ela ficaria bem, já Mark... É difícil. - O que significa isso? - Apontava ela para um dos quadros. - É crise dos vinte e um anos? - sorriu. Mark já não tinha aquele antigo brilho nos olhos, mas sorria com alegria em raros momentos para Elizabeth, que ficava feliz ao ver o irmão sorrindo em certos momentos. - Parece que alguém espirrou aí. - Brincou Elizabeth, tentando entender as imagens que o irmão pintava. - Eu não sei por que pintei isso... Parece um avião se chocando com duas torres... Mas também parece uma espaçonave alienígena passando por um "onze" gigante. - Você é realmente estranho Mark. - riu a menina. Já haviam passado várias noites, Mark somente piorava, suas dores de cabeça eram constantes, já não conseguia pintar como antes. Era como se a cada pincelada seus miolos fritassem, as cores do quadro contrastavam seu sofrimento, já não aguentava a pressão, sentia que iria morrer em breve. Resolveu parar de pintar, guardou seus quadros estranhos em uma pequena galeria secreta, onde ninguém procuraria, e mesmo se encontrassem os quadros, certamente ninguém os daria atenção. "E vamos as últimas informações do atentado que chocou os EUA nessa tarde, Lily Withhouse, você poderia nos contatar?" - dizia o jornalista boa pinta na tela da TV. "Olá Bill, a notícia que nos cerca no momento é de que dois ou três aviões se chocaram contra o World Trade Center, não se sabe se foram mesmo dois aviões, ainda temos a dúvida, mas uma coisa é certa: Ainda estamos alerta, de acordo com o presidente, os responsáveis pelo ataque foram a força terrorista. Por isso é recomendável ficarmos atentos a qualquer coisa, mas permanecer em nossos lares, os bombeiros já estão localizando mais sobreviventes. Mas infelizmente, o número possível de mortos é muito grande. Mais tarde voltarei com mais informações. Aqui é Lily Withhouse, no Jornal Da Noite." - A voz da repórter se apagava, enquanto Mark deslizava para um sono sem fim. Era uma grande galeria, Mark nunca sonharia com algo tão bom assim. O ambiente era agradável, seus quadros finalmente estavam sendo reconhecidos por todos, mas por azar ele não estava mais nesse mundo para desfrutar da glória, o que restara dele, somente aqueles quadros, pinturas premonitórias, várias tragédias. Mark não sabia, mas seus quadros paralisaram gerações, e derrubavam cientistas e céticos quando as pinturas se tornavam realidade. De pouco em pouco seu nome fora desaparecendo, mas suas obras continuam lá, intactas, sussurrando para a humanidade sobre seu futuro terrível, o quadro numero 7, aquele quadro era o pior de todos, o fim do mundo em cores, dizendo literalmente, mas ninguém teve coragem de resgata-lo, somente ficava ali, debaixo daquele véu, aguardando por alguém com sabedoria suficiente para prever o fim.

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