Papai Noel

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Papai Noel

Destruindo Infâncias Agora! bom ele é conhecido como o "bom velhinho",pelo menos nao é o que a história abaixo diz ,bem na verdade a aparencia singela dele apenas esconde seus reais fatos dos quais aconteceram por isso se voce nao quer ter toda sua infancia arruinada,acho bom nao ler!

Ou será algo muito pior...?

As velas eram assopradas pelo vento, criando uma sensação de frio e insegurança ao redor da sala. Sombras eram lançadas em direção as mais inúteis e empoeiradas decorações que já haviam sido usadas em todos os anos anteriores. Os bonecos enfeitando a lareira eram os menos comuns; cada figura era esculpida até os mínimos detalhes, fazendo com que elas tivessem uma certa malevolência em seus olhos.

Não foram os gritos dos bêbados festeiros desfilando pelas ruas, nem as crianças gritando nas casas ao lado (exigindo a chegada do enorme, detestável homem de terno vermelho) que despertaram Elizabeth naquela noite.

Foi o barulho vindo da chaminé.

Ela se arrastou lentamente pela escada de madeira, segurando-se ao corrimão caindo aos pedaços para se apoiar. Não era incomum ela inclinar apenas um centímetro longe demais do corrimão, consequentemente escorregando e caindo escada abaixo. Ela andasse estranhamente curvada, dando-lhe a aparência física de uma senhora corcunda maior de idade. Elizabeth sofre de uma doença chamada cifose, uma deformidade da coluna vertebral que pode ocorrer em qualquer idade (embora seja raro no nascimento, que é justamente quando ela desenvolveu a doença).

Tudo estava estranhamente silencioso quando ela chegou ao fundo da escadaria; os bêbados provavelmente haviam encontrado outras vizinhanças para perturbar, as crianças provavelmente tinham perdido as esperanças e voltado a dormir. Nem mesmo o barulho da correria de ratos pode ser ouvido abaixo da casa, dentro daquele sótão abandonado. Um sentimento de pânico invadiu seu corpo. Seu coração batia cada vez mais rápido quando percebeu outro fato sobre o misterioso silêncio: O barulho na chaminé também havia parado. Ou aquilo que estava causando o barulho havia ido embora... ou havia chegado.

Parando exatamente onde estava, a garota de quatorze anos colocou uma mão pálida sobre suas costas e começou a olhar em volta, sua lanterna iluminando pateticamente a escuridão avassaladora, consequentemente, deixando um mistério na extremidade oposta da sala. Caminhando lentamente, ela procurou pelo prato de biscoitos para acalmá-la. Sentindo-se impotente no meio da escuridão, ela não desviava seus olhos azuis do canto mais escuro da sala, quando finalmente se deparou com os pedaços de porcelana rachados do prato que guardava os biscoitos açucarados. Confusa, começou a tocar no chão em volta dos pedaços, quando sentiu o que pareciam ser pequenas migalhas espalhadas por lá. Antes que ela pudesse processar o que poderia ter acontecido com os biscoitos, sua respiração começou a ficar mais pesada quando sentiu um líquido quente próximo as migalhas. Relutante, ela finalmente tirou seus olhos da área suspeita para poder analisar a substância em seus dedos.

Era vermelha.

O tempo pareceu parar quando ela percebeu que não estava sozinha na sala. Seus olhos se arregalaram e todos os pensamentos foram empurrados para o fundo de sua mente, resultando em uma simples, terrível pergunta: Quem estava no quarto com ela? Segurando a lanterna firmemente, ela deu um passo para frente; a luz lentamente queimando a escuridão, apesar de não revelar nada, enquanto o silencio macabro arrepiavam os cabelos da garota e a faziam suar. As cortinas fechadas apareceram, e ela suspirou quando percebeu a loucura de suas ações. Talvez a substância vermelha era simplesmente respingos da tinta que seu irmão havia derramado no carpete na noite anterior. “Você alcançou o ápice de paranoia, sua idiota!”, ela disse a si mesma, tentando afastar todos aqueles pensamentos perturbadores de sua cabeça. “Está à beira da loucura. Teria sorte se mamãe não te encontrasse aqui, se apavorando por causa de uma simples borra de tinta. Obviamente, foram os ratos que a espalharam por ai”. Esquecendo o ocorrido, ela baixou a lanterna e começou a se virar, esfregando a parte de trás de seu pescoço e tranquilizando sua mente.

Em seguida, a mão fria tocou seu ombro.

Ela parou no local. Não se atreveu a se mover. Não se atreveu a respirar. Seus olhos se arregalaram quando ela confirmou a presença de outra pessoa na sala, aquela pessoa que estava lhe observando o tempo todo. A respiração quente em seu ombro faria com que ela estremecesse se não estivesse paralisada ​​de medo. Apenas alguns segundos se passaram, mas para Elizabeth, parecia uma eternidade. Esperando. Esperando seu próximo movimento. Esperando o movimento da outra pessoa. Dominando toda a sua coragem, ela se virou lentamente sobre os calcanhares, ficando cara a cara com um homem viscoso em um terno vermelho e peludo.

Ele estava sorrindo de orelha a orelha. Cada um de seus dentes nojentos e amarelados revelava saliva escorrendo de sua língua para o queixo. Ele estava com barba por fazer, a barba preta formando uma máscara despenteada por cima da metade inferior do rosto. Ele era claramente muito mais jovem do que os Papais-Noéis “originais". Seus olhos eram de uma tonalidade amarelo-nojento, parecendo idêntica aos seus dentes sujos. Ele estava olhando diretamente para ela, com um olhar duro e frio que não emitia nenhuma sensação de calor. Ele não estava sorrindo por causa da expressão aterrorizada da garota, nem por causa de sua deficiência... Mas sim, pela coisa que ele segurava em suas mãos.

Ela não conseguia encontrar sua voz. Ela não conseguia encontrar o grito que procurava tão desesperadamente, o som que muitos faziam quando se encontravam em uma situação de perigo. Era a única coisa que ela conseguia pensar que pudesse salvá-la, pudesse afastá-la daquele pesadelo. Ela deixou a lanterna cair de suas mãos. Ela se sentia cada pedaço de vidro furando e cortando seu tornozelo, o sangue quente escorrendo em sua perna. Logo, notou que as chamas rugiam da lareira ao seu lado. Ela não se importava. Ela não percebeu que o fogo consumia pequenas posses de sua família; tudo o que ela via era o que estava nas mãos do homem. Ela não conseguia se mover. Não conseguia falar. O horror a dominava da cabeça aos pés; suas orelhas doíam e sua visão começou a sumir.

O homem segurava o cadáver ensanguentado de sua mãe.

Seus olhos haviam sido arrancados, deixando dois buracos rasgados em seu rosto. Ela tinha o olhar misterioso de um zumbi; seu olhar era morto e sua boca estava constantemente aberta. Seu rosto era uma sujeira sangrenta, multilados de uma maneira que até mesmo as pessoas mais perturbadas seriam afetadas. A cabeça estava sangrando, juntamente com vários ferimentos brutais no peito e no rosto, braços caídos levemente para os lados. Elizabeth fechou os olhos com força, obrigando-se a não ver aquela cena à sua frente. Ela sussurrou para si mesma que aquilo não era real, que era somente um pesadelo, embora soubesse que sua ignorância era a solução oposta. A respiração quente voltou, desta vez ainda mais próxima. Ele cheirava fortemente a álcool, enquanto as palavras finais eram sussurradas:

"Papai Noel está de volta!"

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